O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação, ficou em 0,21% em abril, ante uma taxa de 0,36% em março.

Em 12 meses, também houve desaceleração, com a taxa ficando em 3,77%, abaixo dos 4,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

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O resultado veio melhor que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,29% para o período.

A alta de 0,21% registrada em abril foi a mais branda desde outubro de 2023, quando o índice também subiu 0,21%. Considerando apenas meses de abril, o IPCA-15 foi o mais baixo desde 2020, quando caiu 0,01%.

O que pesou

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes (-0,49%) registrou queda em abril. O maior impacto para a taxa do mês veio de Alimentação e bebidas (0,61%), seguido de Saúde e cuidados pessoais (0,78% e 0,10 p.p.). As demais variações ficaram entre o 0,03% de Artigos de residência e o 0,41% de Vestuário.

O grupo alimentos e bebidas exerceu o maior impacto na inflação de abril, respondendo por mais da metade do IPCA-15 do mês (impacto de 0,13 ponto percentual).

Tomate acumula alta de 33,22% em 12 meses

Entre os alimentos que ficaram mais caros em abril, destaque para as altas do tomate (17,87%), do alho (11,60%), da cebola (11,31%), da abobrinha (18,45%), do morango (22,30%), das frutas em geral (2,59%) e do leite longa vida (1,96%). Por outro lado, houve queda nos preços da batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%).

O tomate deu uma contribuição de 0,05 ponto porcentual para a taxa de 0,21% apurada pelo IPCA-15 de abril, ou seja, respondeu sozinho por quase 25% da taxa geral, informou o IBGE.

O grande destaque de queda no mês foi a passagem aérea (-12,20%).

Em relação aos combustíveis, somente o etanol (0,87%) teve alta, enquanto o gás veicular (-0,97%), o óleo diesel (-0,43%) e a gasolina (-0,11%) registraram queda nos preços.

Mercado espera inflação de 3,73% no ano

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A pesquisa semanal Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostra agora expectativa de que o IPCA suba 3,73% neste ano.  Já a projeção para a Selic para o final de 2024 subiu a 9,5%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira em apresentação preparada para uma palestra que a inflação no Brasil mantém trajetória de queda e destacou dados de março melhores do que o esperado. No entanto, ponderou no documento que a inflação de serviços subjacente segue em nível elevado, mostrando-se mais resiliente nos itens mais ligados ao mercado de trabalho.